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Mostrando postagens de 2010

O que faz valer a pena?

O momento singular e só nosso, tão puro, tão efêmero. Fica na mente, na pele, no som da respiração; fica pra sempre a sensação de que viver, de que estar e experimentar faz do obstáculo um pequenino detalhe.

O bom de ser

O bom de ser o que de melhor se pode ser é aprender a não esperar nada em troca mas sempre receber de volta, mesmo aos pouquinhos, o melhor de cada um.

Em gratidão

Tanta coisa para agradecer... a paciência, a tolerância, a confiança. Sei que tento ser segura, independente, autônoma; mas ouça o segredo: as [boas] palavras ainda têm o poder de me mover sempre pra frente.

Espere

Penso se há razão para o titubear das minhas palavras, para o oscilar da minha voz. Há sentido no tremer das minhas pernas, no piscar nervoso dos olhos? Além, há motivos para não olhar, para o medo de encarar? Não posso agir sem entender, sem esclarecer a dúvida infantil que me corrói; apenas oro para que a solução venha com a sensação etérea, mas serena, de que me esperas, de que aguardas pelo fim das incertezas, de algum jeito, em algum lugar.

Flor

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Hoje comemoro o germinar de uma flor, bela por estética, mas principalmente por essência. Exala o perfume das boas histórias, boas risadas, espalha o frescor de sendo adulta, ser criança. Flor viva, que dá cor aos dias mais cinzentos, que dá brilho aos bons momentos, que marca nossa memória. Flor Lícia, seja regada com a água mais pura da longevidade, da alegria, do amor, da minha amizade!

Ele existe?

Você, já parou para se perguntar se o futuro existe? Essa coisa que a gente persegue, que a gente planeja, arquiteta; o tal sujeito pra quem a gente deixa tudo que não quer ou não pode fazer agora... Existir, ele existe, penso eu. Mas eu nunca alcanço, nunca chego lá, nele, no tal de futuro. O presente... é o que eu tenho; e não por muito tempo, pois esse é também afoito ao escapar das mãos. Esse é o meu tempo, é o que posso experimentar, é onde posso exprimir dor e alegria, e prazer... prazer em viver, em permitir-me sorver cada dia de sol, de chuva, os perfumes e as cores, que, sabe Deus, podem não ser tão vivas nesse tal futuro. É... acho que eu é que não quero estar ao alcance do tempo.

Clichê II

Experimentar a vida é se expor ao ridículo, sem tomá-lo como tal; é ser bobo com graça! É não ter medo de ser banal, é entender que tudo passa... Experimentar, deixar fluir, deixar viver... desconfio que é assim que funciona

Clichê I

Posso pedir? Não diz que quer, que precisa, que adora, que venera; isso soa tão efêmero. Diz que gosta; gostar é sereno, é tranquilo. 'Eu gosto' pode, mansinho, soar até como um tipo de 'acho que é pra sempre'.

Construção Melancólica

NÃO NECESSARIAMENTE AUTOBIOGRÁFICO; NÃO NECESSARIAMENTE ROMÂNTICO. De frente pro mar, penso em você; imagino por onde andam teus passos distantes, tua doce indisciplina. Mentalmente, construo a lista de teus novos amigos: os tipos mais particulares; todos compartilhando do teu segredo e da tua inquebrável esperança. Imagino tua nova casa, o abrigo das tuas noites; teus sonhos já repousam em novo travesseiro. Perdoe-me, mas ainda pulo a parte em que pensaria em teus novos objetos de amor. Eles existem? Não na minha construção; essa é uma linha em branco. Passo, então, para a imagem virtual do teu sorriso, paz de criança; teu olhar cheio de dúvidas, mas sempre em busca da verdade. Já faz tempo. E mais tempo vai passando. Sinto isso no espelho. Não haverá volta, estou certa disso; mas, o abandono das memórias não é solução. É bom desejar luz pro teu novo caminho, te pensar feliz; te mantenho respirando (apenas em mim?); é certo que te guardo em paz. ***** "Socavas el horizonte con tu

Equilíbrio

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Há uma linha fina da vida, um fio de seda, que separa os extremos do comportamento. Está, a sutil linha do equilíbrio, estrategicamente situada entre o sonhar e o obcecar, entre o cuidado extremo e a total exposição, entre a passividade e a inconsequência, entre a idéia e o absurdo. Mas, será mesmo esta linha tão estreita? Tênue corda bamba, onde poucos se arriscam... Porém, nela não há mais riscos, visto que no equilíbrio tudo está certo... está? Pois sim! Pergunto-me se sua espessura altera-se pela distância; é possível. Assim, sua estreiteza deve-se à ilusão de ótica de quem ainda tem muito para percorrer.

Fora de ritmo

Sinto-me fora de ritmo, como uma descompassada em um salão repleto de exímios dançarinos; como se o mundo [ e o que nele existe, ou subsiste] tivesse apertado o passo, numa velocidade que eu não consigo acompanhar, pois nunca me ensinaram tal coisa; ora, mas alguém foi ensinado a viver, a seguir o andar do mundo? Meu mundo: eis o que me exila; eis o que ninguém entende. Meu refúgio, meu absurdo, minha condição.

Imperativos

É preciso seguir, mesmo depois do tombo, mesmo depois da falha. É preciso perseguir todo e qualquer sonho; o que, nesse mundo, não é realizável? É preciso conseguir enxergar no escuro, ouvir em meio ao barulho; crer que quem perde mesmo é o descrente; Mesmo que continuar seja sobre-humano, ainda é o que se faz de mais inteligente. *** "Sim, pode-se fazer a guerra neste mundo, macaquear o amor, torturar o semelhante, frequentar as colunas dos jornais ou, simplesmente, falar mal do vizinho enquanto se tricota. Mas, em certos casos, continuar, apenas continuar, eis o que é sobre-humano." Albert Camus, em A Queda .

Escolha pessoal

Há sempre muitas trilhas possíveis para quem faz e não só diz; e já que encontrei meu conforto, ora, não me olhe torto se eu escolhi ser feliz!

Da particularidade de cada estrada

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Não há como fugir: haverá um dia em que você vai parar e pensar no caminho que traçou; pensar e procurar motivos, justificativas, desculpas, sua absolvição, ou sua culpa. Vai procurar e questionar, e enumerar todos os 'se' que puder; se um tanto de coisas... onde, com quem e como estaria agora? Mesmo quem quer, não pode fugir dessa hora. Dessa vez eu não quis fugir, não fugi; pude então, pela primeira vez, me sentar num alto e privilegiado lugar que poucos alcançam, ou se dão conta de terem alcançado; de lá, percebo que estou onde, com quem e como deveria estar; sou quem sempre desejei ser, mesmo quando ainda nem sabia disso.

Das intenções

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Bichinho do questionamento, me morde e leva a pensar; é que logo se esgota o meu tempo: arrisco e invisto, ou deixo pra lá?

Sem títulos

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Olhar hesitante, fito na janela: a realidade é cortante, causa medo, pudor e cansaço. Olhar oscilante, através da janela; esperança de infante, calada, cativa, precisa de espaço. Olhar vacilante, ultrapassa a janela; percebe num instante: enxergo o horizonte que faço.

Resposta-Pedido

Não prive meu mundo da sua visão; não há culpa nos gestos em que empenhado foi o coração.

Decisão

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Depois de muito pensar, ela decidiu que era melhor não mais pensar, não desejar pensar; não desejar. Encantar-se, envolver-se, desenvolver: energias gastas com sentimentos unilaterais que jamais tornariam à fonte; tormentoso convívio com um espectro do possível. Não. O melhor é não pensar. Que a tarefa seja receber, sem antecipações, sem engenhos; tomar as oportunidades de cada dia; cada momento em seu tempo; construir e desconstruir um detalhe por vez.

Homenagem de amiga

Sem razões Conhecer desconhecendo as verdadeiras razões que une os corações; não pode haver explicações ou fórmulas, que consigam descrever o porquê de pessoas tão distintas formarem laços tão fortes nesta vida. Foi de repente; de imediato ou não; Talvez aos poucos, fomos nos conhecendo e descobrindo, que diferentes estrelas compõem o universo. Entre uma fala e outra; há um tempo que celebra o silêncio; no que não foi dito, mas pode ser entendido em uma simples troca de olhar; então inúmeros risos ficam soltos no ar; ninguém consegue entender; nem nada captar; meras sugestões e confronto de opiniões; contidos em uma sintonia impar. Desculpas e apelos, verdades ditas, detalhes revelados e lágrimas escondidas; vai concebendo e unindo diversas faces de uma mesma vida; falar o que vem a mente,sem precisar pensar; dizer o que se sente,sem medo de se mostrar; apenas ficar quieta, mas sem se esconder. Frases, gestos e expressões compõem o cotidiano de uma verdadeira amizade; sem encobertar er

À minha gangue

Que bom que eu tenho vocês, pra estudar e pra fazer bagunça; pra traduzir o mundo e pra falar besteira; pra compartilhar o jiló e o chocolate; pra ser feliz e ser, sem medo, do jeito que eu sou!

Bilhete de desculpas

Perdoe minha aspereza no trato; é fato que posso ser truculenta, mas ainda é possível enxergar no fundo algum tipo de gesto amável. Desculpe a sequidão do meu jeito; ninguém é perfeito, eu então! Mas se não te ignoro é porque te amo, é porque me importo! Mesmo de um jeito torto... Sei que eu poderia ser melhor; mas, o que fazer se isso é processo de uma vida inteira?

Borboleta

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Uma borboleta azul pousou em minha janela e trouxe com ela um novo olhar, uma contradição: mais realismo diante da vida, mais sonho para temperar a vida. Uma borboleta azul pousou em minha janela e trouxe com ela uma nova estratégia, uma preparação: é possível trazer o longe pra perto, pra saudade ainda existe saída. Uma borboleta azul pousou em minha janela e trouxe com ela uma doce certeza, uma revelação: nada é pra sempre, muito menos a distância; não é o fim a partida... Ainda é das minhas mãos o poder de transformar o dia cinzento em tarde multicolorida.

Desejo

Quero estar sempre em estado de doce loucura para suprimir o que há de amargo na vida.

Levemente Absorta

Debruçada em minha janela ouço o barulho das ruas: carros, pessoas e pressa, muita pressa. Não é difícil deixar-me levar pelos pensamentos aos momentos doces, às memórias marcantes, lembranças cheirosas do meu caminho. Fecho os olhos e, sem esforço, consigo ouvir os risos, sentir os toques, enxergar novamente o brilho em cada olhar, em cada gesto; cada detalhe carregado de tanto sentido. Inspiro e expiro lentamente. Sinto com clareza cada batida do meu coração. Sorrio para o imenso céu azulado do início da noite ao perceber que, talvez, nesse mundo inteiro eu seja a única a não ter pressa. Coisa boa nessa vida é ter algo para sentir saudade. ******* E o menino com o brilho do sol Na menina dos olhos Sorri e estende a mão Entregando o seu coração E eu entrego o meu coração E eu entro na roda E canto as antigas cantigas De amigo irmão As canções de amanhecer Lumiar e escuridão E é como se eu despertasse de um sonho Que não me deixou viver E a vida explodisse em meu peito Com as cores que

Particular

Olho ao redor, olho pra mim. Busco a compreensão do mundo que me cerca, sem antes decifrar o universo que há em mim mesma. Não dá certo. Como poderia? A viagem da vida é de dentro pra fora.